Tendinite: o que é, sintomas e tratamentos
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Saúde e Bem-estar
Os desportistas profissionais são afetados com frequência, mas a verdade é que a tendinite pode prejudicar a rotina de qualquer pessoa e é, muitas vezes, resultado de hábitos modernos, como o uso constante de computadores.
Há quem não consiga segurar na carteira, quem acorde a meio da noite com uma dor pulsante e quem não consiga manter o ritmo de trabalho com o rato e o teclado. A boa notícia é que é possível escapar à dor ou, pelo menos, amenizá-la. A chave está em identificar o problema e procurar tratamento atempadamente, antes do agravamento da tendinite.
Tendinite: de A a Z
O que é a tendinite?
O tendão é a estrutura fibrosa que une o músculo ao osso, sendo o grande responsável por transmitir a força dos músculos aos ossos. Quando um tendão é solicitado em demasia e de forma repetitiva pode ter origem um processo inflamatório que vai resultar numa tendinite.
O corpo humano soma mais de quatro mil tendões e a tendinite é um processo de inflamação em algum deles. Este número alto talvez possa explicar a grande incidência do problema na população mundial.
Dos pés à cabeça, qualquer tendão pode desenvolver uma tendinite e qualquer pessoa pode ser um alvo, mas as mais afetadas são aquelas que não adotam uma boa postura ao longo dos dias e não fortalecem os músculos.
Causas da tendinite: quais são?
Apesar de poder ser provocada por uma lesão súbita, a tendinite é, muitas vezes, causada pela sobrecarga de tendões que são repetidamente solicitados ao longo do tempo. Usar constantemente o telemóvel, o rato e o teclado do computador ou, até, conduzir são alguns dos fatores de risco para o aparecimento da inflamação dos tendões. Mas, não só.
Os fatores de risco associados podem ser inerentes à própria pessoa (fatores intrínsecos) ou estar relacionados com o tipo de atividade (extrínsecos).
Fatores intrínsecos
- Idade
- Género (por exemplo, a tendinopatia da rótula é mais frequente nos homens)
- Obesidade
- Patologias tendinosas prévias
- Anatomia
- Medicação crónica
- Diabetes ou doenças reumáticas
Fatores extrínsecos
- Má condição física
- Atividades que promovam má postura
- Técnicas incorretas de treino / exercício
- Equipamento desapropriado (por exemplo, calçado)
Além destas causas, a idade é também um fator de risco, podendo provocar a degeneração dos tendões, tal como acontece com as articulações.
Zonas do corpo onde a tendinite aparece com maior frequência
Em que partes do corpo acontecem, mais frequentemente, as tendinites? A resposta é variável.
No caso dos atletas, dependendo da atividade, é comum observar inflamação do tendão rotuliano ou do tendão de aquiles.
A destacar há uma situação cada vez mais recorrente, comummente associada aos “movimentos de escritório”: a epicondilite lateral. Esta é uma lesão que ocorre na região externa do cotovelo, onde se inserem os músculos extensores do punho. É, geralmente, provocada pelo excesso de horas de trabalho e a utilização exagerada do rato ou do teclado.
A tendinite pode ser crónica?
Sim, a inflamação de um tendão pode resultar numa patologia crónica, por isso, é importante salientar a importância de procurar ajuda médica quando aparecem os primeiros sintomas do problema.
Um processo de tendinite aguda é curado de forma mais rápida quanto mais cedo for diagnosticado.
Tendinite no trabalho: uma doença profissional
A tendinite no trabalho é uma patologia que, apesar de comum, exige aconselhamento médico. Aos primeiros sinais de dor, consulte um especialista.
Considerada pela Segurança Social na lista das doenças profissionais, podendo ser provocada por agentes físicos, a tendinite em contexto laboral pressupõe como fatores de risco qualquer trabalho que determine uma “sobrecarga sobre bainhas tendinosas, tecidos peritendinosos, inserções tendinosas ou musculares”. São exemplos previstos:
- trabalhos que exijam movimentos frequentes e rápidos dos membros;
- trabalhos realizados em posições articulares extremas;
- trabalhos que exijam simultaneamente repetitividade e aplicação de forças pelos membros superiores;
- trabalho em regime de cadência imposta, como martelar, britar pedra, esmerilar, pintar, limar, serrar, polir, desossar, montagem de cablagens.
Qualquer médico pode diagnosticar a doença e, havendo suspeita de relação causal com a atividade profissional, a situação deve ser comunicada ao Departamento de Proteção contra Riscos Profissionais (DPRP), através do preenchimento e envio da Participação Obrigatória.
Depois de avaliada e reconhecida como doença profissional, o trabalhador pode exigir os seus direitos constitucionais de assistência.
Sintomas da tendinite: como identificá-los?
No início, a tendinite é manifestada através de uma dor aguda, fina, que piora à noite – mais frequente com o agravamento da lesão – e está associada à execução de um movimento específico da zona do corpo que está a ser muito solicitado.
Inicialmente, ao usar o músculo ligado ao tendão afetado, a dor é interrompida, mas com o passar do tempo pode aumentar durante os movimentos, tornando-se numa dor capaz de paralisar.
Sem o devido diagnóstico, a inflamação do tendão sem tratamento é agravada e a dor acentuada, podendo aparecer também durante os períodos de repouso, causando também perturbações do sono.
Diagnóstico da tendinite
O diagnóstico da tendinite é feito pelo médico especialista tendo como base as queixas do paciente. Leva-se em conta o tipo de dor, frequência da dor e localização, bem como as características da inflamação (se provoca calor, rubor, etc.).
Quando necessário, podem ser aconselhados exames complementares de diagnóstico, como uma ecografia, radiografia ou ressonância.
Tratamento da tendinite
O tratamento da tendinite é feito de formas diferentes, dependendo de cada situação. Durante uma primeira fase, no início do processo de inflamação, pode ser aconselhado repousar a articulação e aplicar gelo no local. Também pode ser prescrita medicação analgésica e anti-inflamatória, oral ou tópica, por um período não superior a uma semana. Devem ser interrompidos os movimentos repetitivos que afetem a articulação com dor.
Após a reavaliação do quadro, nos casos em que a dor persiste, podem ser necessários exames complementares mais específicos e a fisioterapia pode entrar em cena como um importante aliado do combate à inflamação do tendão.
Como prevenir a tendinite
Quem já sofreu ou sofre com uma tendinite, conhece bem o desconforto que provoca. Para afastar os episódios dolorosos, a regra é apostar na prevenção do problema.
Tome nota e pratique estas 6 medidas simples que podem ajudar a prevenir uma tendinite:
- Adotar uma boa postura no trabalho (coluna direita, ombros para baixo, monitor ao nível dos olhos, cadeira com altura ajustada e pés apoiados no chão).
- Usar rato e teclado ergonómicos.
- Fazer pausas ao longo do dia para alongar os músculos.
- Aliviar o stress, a fim de evitar tensões físicas.
- Fortalecer os músculos através de atividade física.
- Fazer exercício físico com calçado e equipamento adequados.
Lembre-se: sempre que uma dor se prolonga por dias é importante que se procure apoio médico, de forma a dar início ao tratamento que vai procurar reabilitar o tendão inflamado. Se tem sintomas de uma tendinite, não hesite e marque uma consulta com um especialista.
Fontes (consultadas a 13 de maio): CUF: Tendinite do ombro: como prevenir e tratar, Segurança Social: Lista doenças profissionais, CUF: Tendinite, Lusíadas: Tendinite o que identificar.
É importante ter em conta que esta informação é apenas de caráter geral. Não constitui conselho pessoal ou recomendação para nenhuma pessoa ou empresa sobre nenhum produto ou serviço. Consulte a documentação da apólice para conhecer as condições da cobertura.