Síndrome de burnout: sinais de alarme do stress crónico
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Saúde e Bem-estar
Trabalhadores em situação de stress laboral contínuo podem desenvolver um tipo de esgotamento crónico. Conheça a síndrome de burnout e saiba identificar os sintomas que alertam para as suas três fases de evolução.
Síndrome de burnout: tudo sobre o esgotamento crónico no trabalho
O que é a Síndrome de Burnout?
Desde 2019 a Organização Mundial da Saúde já incluiu a síndrome de burnout na lista de doenças associadas ao emprego e desemprego.
O estado de burnout, também conhecido como esgotamento profissional, caracteriza-se por uma condição de stress e exaustão extrema, com apresentação de sintomas de esgotamento físico, desencadeado por um distúrbio emocional que merece atenção.
Resulta, sobretudo, de situações laborais onde predomina a competitividade, ou de contextos de trabalho desgastantes e com elevada exigência de responsabilidade.
O que causa a síndrome de burnout?
A principal causa da síndrome de burnout é o excesso de trabalho. Por isso mesmo, este é um estado comum em profissionais que trabalham diariamente sob muita pressão, em atividades que exigem muita responsabilidade. É o caso dos profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, e ainda de agentes da polícia, jornalistas, professores, entre outras profissões.
Outra das causas possíveis para o desenvolvimento da síndrome de burnout é o excesso de metas difíceis de alcançar. Esta situação pode provocar no trabalhador o sentimento de que não é capaz e não está à altura dos objetivos exigidos.
Consequências/complicações
A síndrome de burnout pode resultar num estado profundo de depressão. Por isso mesmo, a procura de apoio profissional especializado é muito importante logo quando aparecem os primeiros sinais do problema.
7 sinais da síndrome de burnout: como reconhecer o stress laboral crónico
Há, essencialmente, sete sinais do esgotamento profissional que podem indicar que o trabalhador desenvolveu a síndrome de burnout. Esteja atento.
- Sintomas físicos: taquicardia, falta de ar, sudorese, tonturas, problemas gastrointestinais, enxaquecas, subida da tensão arterial, problemas cardiovasculares, fadiga crónica, alterações do sono, tensão muscular, redução capacidade de resposta imunitária e perda de apetite.
- Problemas cognitivos: dificuldade de concentração e baixa capacidade de atenção, confusão mental e episódios de esquecimento, redução da criatividade, diminuição do ritmo de trabalho (mais lentidão na realização das tarefas), necessidade de controlo exagerada e hipervigilância (estar sempre a ruminar sobre o trabalho).
- Problemas emocionais: apatia e tristeza, alienação, anedonia, revolta, raiva, frustração, sentimento de estar a ser injustiçado, desesperança, tédio, ansiedade e depressão, irritabilidade e baixa autoestima.
- Problemas sociais: distanciamento nas relações, menos convívio social, redução do envolvimento, isolamento, diminuição da empatia, cinismo e sarcasmo nas relações, dificuldades no relacionamento familiar e distanciamento dos amigos.
- Problemas de comportamento: agressividade, impulsividade, evitamento, atitudes mais críticas, comunicação impessoal, abuso de substâncias como álcool, tabaco, medicação e drogas.
- Problemas existenciais: sentimento de revolta com a vida, conflitos de crenças e de valores, necessidade de repensar e redefinir as prioridades.
- Problemas laborais: faltas e atrasos no trabalho, baixas médicas frequentes, vontade de desistir, aumento do número de erros, redução da produtividade e menor eficácia profissional.
As 3 etapas de evolução do esgotamento profissional
Nã 1ª fase da síndrome de burnout há uma sensação de desgaste e sobrecarga, com sintomas de exaustão emocional e física. A atividade profissional passa a ser vista como uma obrigação dolorosa e penosa, onde não há recompensa ou prazer. O trabalhador sente que tem menos energia para realizar as suas atividades laborais e também as pessoais.
Na 2ª fase da síndrome de burnout o trabalhador mostra uma postura menos humanizada, impessoal e menos empática. O trabalhador passa a ser um profissional que cria barreiras emocionais e cognitivas, realizando as suas tarefas de forma mais distanciada em relação aos colegas, aos superiores e à entidade patronal.
Na 3ª e última fase da síndrome de burnout há a perda acentuada de interesse pela atividade profissional. O trabalho torna-se uma espécie de fardo que provoca um sentimento crónico de desmotivação e descontentamento.
Tratamento da síndrome de burnout
Alterações às condições de trabalho e mudanças no estilo de vida podem ajudar a minimizar o problema, mas a verdade é que, uma vez diagnosticada, a síndrome de burnout requer um tratamento especializado, baseado em psicoterapia e, eventualmente, na prescrição de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos.
É, ainda, muito comum que sejam aconselhadas férias logo após o diagnóstico. O trabalhador em estado de esgotamento profissional deve procurar fazer atividade física ou de relaxamento, de forma regular, a fim de provocar e aumentar o sentimento de bem-estar geral.
O tratamento pode ser mais ou menos duradouro, a depender da gravidade de cada caso, mas é certo que serão necessárias, no mínimo, algumas semanas para que se possam observar os primeiros sinais de melhora.
10 formas de evitar a síndrome de burnout
- Reduzir as situações de stress no trabalho.
- Reduzir o volume de exigências.
- Participar em atividades de lazer.
- Estreitar laços com a família e os amigos.
- Praticar atividade física regularmente.
- Ter momentos de relaxamento e dormir bem.
- Evitar contacto com colegas de espírito “negativo”, que fazem muitas queixas do trabalho.
- Sair, eventualmente, da rotina (ir ao cinema, jantar fora, sair para dançar, etc).
- Evitar o consumo de bebidas alcóolicas e drogas.
- Não se automedicar.
Se acha que está perto de desenvolver um quadro de stress laboral crónico, ou sente que já desenvolveu, não guarde o problema para si e peça apoio. A síndrome de burnout pode ser incapacitante e pede mudanças no estilo de vida.
Se for o caso, dê um passo para trás, identifique o problema e seja menos exigente consigo mesmo.
Fontes (consultadas a 14 de abril): CUF, BBC.
É importante ter em conta que esta informação é apenas de caráter geral. Não constitui conselho pessoal ou recomendação para nenhuma pessoa ou empresa sobre nenhum produto ou serviço. Consulte a documentação da apólice para conhecer as condições da cobertura.