Exames na gravidez: veja o calendário completo

Saúde e Bem-estar

O teste positivo da farmácia é apenas o primeiro de uma série de exames na gravidez. Desde o dia em que se descobre até ao momento do parto, há várias etapas e vários exames para garantir a boa saúde da mãe e do bebé. 

Há os de rotina, para todas as gestantes, e os mais específicos, que investigam doenças congénitas ou malformações – geralmente recomendados a mulheres com mais de 35 anos ou caso haja alguma suspeita de algum problema. 

Além das consultas com o médico de família ou o especialista, onde são realizadas avaliações clínicas, é através dos exames na gravidez que se pode acompanhar o desenvolvimento do bebé. 

Monitorar tudo no tempo certo permite garantir, com maior margem de segurança, que a mãe e o bebé chegam com saúde ao final da gestação.


Calendário de exames na gravidez

Exames do primeiro trimestre 

Primeira consulta/Exame clínico: na primeira consulta, a grávida é submetida a um exame clínico completo, a fim de confirmar a gravidez e iniciar o acompanhamento pré-natal. Exames e análises: 

  • Hemograma para despiste de alterações aos valores do sangue e anemia e confirmação do grupo sanguíneo. 
  • Análises à urina para avaliar se há presença de proteínas, açúcar, bactérias, indícios de sangue e leucócitos. Se forem detetados valores altos dos leucócitos pode ser que haja uma infeção. 
  • Rastreio combinado do primeiro trimestre: é a combinação de dois exames, a ecografia obstétrica do primeiro trimestre e uma análise ao sangue. Este exame é realizado entre as 11 e as 13 semanas e seis dias. Na ecografia é confirmado o tempo de gestação com precisão (é feita medindo o comprimento crânio-caudal), é estudada a sua anatomia interna e externa e é também realizado o rastreio biofísico de anomalias cromossómicas (trissomia 21, 13, 18), através da avaliação de alguns marcadores ecográficos (translucência da nuca, ossos próprios do nariz, ductus venoso. Esta verificação juntamente com o exame bioquímico, permite efetuar um cálculo de risco para anomalias cromossómicas, bastante elevado.

Exames do segundo trimestre

Consulta: durante a consulta do segundo trimestre, o médico vai estar atento a possíveis queixas ginecológicas, como prurido vulvar ou corrimento. A presença destes sintomas pode determinar a necessidade de mais exames ginecológicos. Ainda nesta consulta, será medida a altura do fundo uterino. 

É a partir do final do segundo trimestre que se torna mais importante controlar a tensão da gestante. O objetivo desta avaliação é afastar o risco de pré-eclâmpsia, uma condição que, se não for vigiada, pode colocar em causa a saúde e a vida do bebé e da futura mãe. Um aumento da tensão, combinado com a presença de proteína na urina, pode ser um sinal de alerta para o médico. 

Exames e análises:

  • Nesta altura, podem ser pedidos à grávida novos exames de rotina à urina e ao sangue. Deverá repetir-se o teste da toxoplasmose, da rubéola e da sífilis, especialmente se houve contacto da gestante com algum doente confirmado para estas condições.
  • Entre as 24 e as 28 semanas de gravidez, deverá dar-se início ao controlo da diabetes gestacional, medida pela glicemia (presença de açúcar no sangue) e através do diagnóstico da Diabetes Gestacional.
  • Ecografia obstétrica do segundo trimestre, realizada entre as 20 e as 22 semanas da gestação. É nesta ecografia transabdominal que se observa os movimentos do bebé, o seu crescimento, o volume do líquido amniótico, a localização da placenta, e se existem malformações. Também é avaliada a condição física do colo do útero. É nesta altura que se é possível determinar o sexo do bebé. Esta ecografia destina-se sobretudo a avaliar malformações fetais e, por isso, tem o nome de ecografia morfológica. 
  • Grávidas com tipo sanguíneo Rh negativo e cujo companheiro seja Rh positivo, devem fazer um tratamento com uma substância: a Imunoglobulina Anti-D (Rh).
     

Exames do terceiro trimestre  

Consulta: é aos cerca de oito meses, altura próxima das 32 semanas, que acontece uma alteração importante no ritmo de acompanhamento médico. As consultas agora passam a ser feitas entre intervalos de duas semanas. A partir da 36ª semana, com a aproximação do parto, pode haver consultas semanais, a fim de avaliar as condições físicas da mãe e do bebé.  

A gestante, nestas consultas finais, vai ser pesada e vão medir-lhe a tensão arterial. O médico também deverá medir a altura do fundo uterino, fazer a verificação de varizes ou edemas nas pernas e realizar uma auscultação cardíaca. É comum também que seja feito um exame de cardiotocografia (CTG) – técnica que permite avaliar e registar os batimentos cardíacos do feto e as contrações uterinas.

Exames e análises:

  • Entre as 35 e as 37 semanas faz-se um exsudado vaginal e retal. O teste serve para verificar se está presente a bactéria streptococcus que pode provocar uma infeção no bebé recém-nascido. 
  • A terceira ecografia obstétrica, chamada de biométrica, realiza-se entre as 30 e as 32 semanas + 6 dias e permite avaliar a posição do feto e da placenta, além da quantidade de líquido amniótico. Líquido amniótico insuficiente pode levar a uma indução do parto por situação de emergência. Nesta ecografia, à semelhança das primeiras, também são avaliadas as funções vitais do feto, bem como a sua morfologia e crescimento, além do bem-estar.


Exames na gravidez: dois exemplos específicos

Decerto já ouviu falar na amniocentese e no ecocardiograma fetal, exames específicos na gravidez utilizados como forma de avaliação de situações atípicas. Conheça-os.

Amniocentese

No passado, era comummente recomendado para grávidas com mais de 35 anos, no entanto, por ser invasivo e haver risco fetal, atualmente é indicado apenas quando exames protocolares de rotina apontam possibilidade de anomalia genética ou malformação fetal.

Com o objetivo de identificar consequências de alguma infeção materna ou alterações genéticas, a amniocentese pode ser recomendada pelo médico, principalmente durante o segundo trimestre de gestação, sendo um exame normalmente realizado entre as 16 e as 18 semanas, no entanto, também pode ser realizada depois desta data. 

Como é feita a amniocentese:

Primeiro, o médico realiza uma ecografia para determinar a posição do bebé e da bolsa com líquido amniótico, de forma a reduzir os riscos de traumas e lesões – especialmente no feto. 

Então, é recolhida, com uma agulha, uma quantidade pequena de líquido amniótico. Este é o material necessário para que sejam realizados os testes de despiste. O exame dura apenas alguns minutos e, durante todo o tempo, é realizada a escuta do coração do bebé.

O exame, geralmente, não provoca dor, mas requer repouso da grávida por alguns dias. O resultado é divulgado em, aproximadamente, duas semanas.

Quando é aconselhada a amniocentese:

  • quando a idade materna é considerada avançada;
  • quando há resultado positivo no rastreio bioquímico-ecográfico (rastreio combinado);
  • quando há alguma anomalia cromossômica, como a trissomia, numa gravidez anterior;
  • quando existe anomalia cromossômica dos progenitores;
  • quando é observada anomalia morfológica fetal;
  • quando, de forma não explicada, há restrição grave e precoce de crescimento fetal;
  • quando há diagnóstico de alguma infeção fetal;
  • quando há risco de doença bioquímica;
  • quando existe um resultado não conclusivo na biópsia de vilosidades coriónicas.

Riscos: 

  • aborto (em especial durante o primeiro trimestre);
  • cólicas;
  • sangramento vaginal;
  • infeção uterina, podendo ser transmitida para o bebé;
  • traumas no bebé;
  • indução precoce ao trabalho de parto;
  • sensibilização do Rh (quando o sangue do feto passa para a corrente sanguínea da mãe, podendo provocar, a depender do Rh materno, complicações para mãe e bebé).

É importante destacar que, apesar de possíveis, todos os riscos de uma amniocentese são considerados raros.

Ecocardiograma fetal

Dirigido ao coração do bebé, este é um exame que não causa dor à mãe e ao bebé, pode ser feito mais de uma vez e dura entre 15 a 60 minutos.

Como é feito o ecocardiograma fetal:

Este é um tipo de ecografia feita por um médico especialista em cardiologia pediátrica e que faz uso de técnicas que permitem analisar o fluxo de sangue no coração do feto. Idealmente, deve ser realizado entre as 18 e as 24 semanas, no segundo trimestre da gravidez. 

Quando é aconselhado um ecocardiograma fetal:

Este exame deve realizar-se quando há suspeita de malformação no coração do feto (maior causa de mortalidade em recém-nascidos de países desenvolvidos).  Situações que levam à suspeita de doença cardíaca no bebé:

  • malformações cardíacas de um dos pais, dos irmãos ou de familiares diretos;
  • doenças maternas, como doenças reumáticas e diabetes;
  • drogas ou medicamentos administrados na grávida;
  • deteção de malformações de outros órgãos do feto;
  • diagnóstico de anomalias dos cromossomas fetais;
  • patologias da gravidez;
  • suspeita de malformação do coração do bebé durante a realização da Ecografia Morfológica.

Após a realização do exame é comunicado o resultado de imediato, embora, algumas vezes, possa não ser conclusivo.

Como estes dois exemplos de exames específicos na gravidez, haverá outros que poderão ser aconselhados por diversos motivos diversos e sempre que o obstetra necessite de esclarecer alguma situação específica, além previstas como como protocolares de uma gravidez que decorre na normalidade.

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Se está grávida, a nossa sugestão é que esteja sempre bem informada sobre os assuntos da gestação, mas que viva este momento único sem grandes preocupações. Deixe para o médico a tarefa de planear o seu acompanhamento e organizar os seus exames na gravidez. 

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Fontes (consultadas a 14 de abril):Programa Nacional para a Vigilância da gravidez de baixo risco, Hospital da Luz, Serviço Nacional de Saúde, CUF.

É importante ter em conta que esta informação é apenas de caráter geral. Não constitui conselho pessoal ou recomendação para nenhuma pessoa ou empresa sobre nenhum produto ou serviço. Consulte a documentação da apólice para conhecer as condições da cobertura.