Cancro da pele: o bronzeado é, quase sempre, o culpado
Saúde e Bem-estar
O verão parece ser o convite perfeito para as idas ao mar e à piscina, para passeios sossegados junto à praia e para longas horas de convívio ao ar livre. O problema está no alerta dos especialistas: o número de casos confirmados de cancro da pele está a aumentar e, quase sempre, a doença aparece após períodos de exposição solar excessiva ou sem cuidados.
Nem sempre uma alteração cutânea é sinônimo de um problema maior, mas um sinal suspeito, detectado por si, pode ser o primeiro alerta para a doença.
Saiba mais sobre este tema e previna-se através de 7 medidas simples e fáceis de adotar.
Cancro da pele: tipos, causas, sinais de alerta, tratamentos e prevenção
Sabia que, em todo o mundo, o cancro da pele afeta mais homens? E que a esmagadora maioria dos diagnósticos está relacionada à exposição exagerada ao sol? Este é o tipo de cancro mais comum, mas que pode ser evitado através de cuidados simples.
Fique connosco e veja quais são os tipos de cancro da pele, os sinais de alarme para a doença, os tipos de tratamento disponíveis e as formas de prevenção.
Cancro da pele em Portugal
Mais de 90% dos diagnósticos de cancro da pele em Portugal estão diretamente relacionados com a exposição ao sol, de forma exagerada. Estima-se que em todo o país haja 6,7 em 100.000 mil novos casos da doença por melanoma.
Tipos de cancro da pele
O cancro da pele não é todo igual e, em resumo, pode dividir-se em dois grandes grupos: o melanoma maligno e o cancro da pele não-Melanoma. Este último grupo inclui o carcinoma espinocelular e o carcinoma basocelular, sendo este último o cancro cutâneo mais comum.
O melanoma maligno é o mais letal e tem origem nas células da pigmentação cutânea (melanócitos). Os melanócitos são células produtoras de melanina, a substância que dá cor à pele e quando a pele é exposta à radiação UV, estas células produzem mais melanina, e a pele fica «bronzeada». A exposição prolongada à luz solar pode levar a uma “reacção exagerada” destas células originando um melanoma.
Os cancros cutâneos não-Melanoma, originam-se das células basais ou escamosas da pele, sendo menos fatais e perigosos. No entanto, isto pode mudar caso não haja um diagnóstico precoce.
Principais causas e fatores de risco do cancro da pele
Há uma pequena percentagem dos casos da doença com origem hereditária, mas calcula-se que, globalmente, 80% dos diagnósticos têm como origem a intensa exposição ao sol – especialmente quando acontecem queimaduras solares, também conhecidas como “escaldões”). Em Portugal, como referimos, este número sobe para 90%.
Na lista de causas que podem desencadear este tipo de cancro encontramos ainda a frequência aos solários e o fotoenvelhecimento prematuro da pele.
Conheça outros fatores de risco associados ao aparecimento do cancro da pele.
- Características individuais da pigmentação cutânea; como ter pele clara, olhos azuis, cabelos loiros ou ruivos.
- Tendência para o aparecimento de sardas após exposição solar e queimaduras.
- Incapacidade cutânea em bronzear.
- Grupos socioeconómicos superiores aparecem como de maior risco nos estudos científicos.
- Ter historial familiar ou história prévia de cancro da pele.
- Apresentar mutação nos genes p16 e Braf.
- Imunossupressão.
- Nevos (sinais) melanocíticos/nevos prévios.
Prevenção do cancro da pele
Sendo cancro da pele uma doença, geralmente, associada à exposição solar excessiva, há medidas bastante simples que pode adotar para reduzir os riscos e prevenir o problema.
1. Proteja sempre a pele ao longo do ano
Seja inverno ou verão, esteja a caminhar pela rua ou a conduzir, a regra é proteger sempre a pele. Aplique no rosto, pescoço e decote uma camada de creme com proteção solar mínima de 30. Pessoas com pele clara, sardas ou muitos sinais devem ter cuidados redobrados.
2. Proteja-se para a praia
Em linhas gerais, deve evitar exposição solar entre as 12h e as 16h, protegendo a pele ainda em casa, antes de sair para a praia, mesmo em dias nublados. Renove a aplicação do creme protetor a cada duas horas, mesmo quando são produtos à prova d’água.
Ficar à sombra não é solução, pois a areia é refletora dos raios solares. Tenha especial atenção com crianças, idosos e pessoas de pele clara.
Estes grupos devem evitar estar expostos ao sol entre as 11 e as 17h, de acordo com as recomendações da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia.
3. Faça um autoexame periodicamente
A cada dois meses, analise ao centímetro a sua pele. Observe a presença de novos sinais ou a alteração de sinais pré-existentes.
4. Escolha bem o que vai vestir
Se vai estar ao ar livre ou praticar desporto ao sol, deve escolher vestir-se a rigor. O chapéu é uma peça obrigatória e as roupas com proteção anti-UV são indicadas. Roupas menos porosas e escuras são boas opções.
5. Atenção especial às zonas mais sensíveis da pele
Rosto, orelhas, lábios, pescoço, pés e mãos não podem ficar esquecidos na altura de proteger a pele para o sol. Também os olhos, especialmente se são claros, devem estar devidamente protegidos com óculos escuros com lentes anti-UV.
6. Evite solários
Ir ao solário é uma atividade que prejudica a pele, aumentando o risco de cancro. Além disso, os raios UV direcionados à pele aceleram o envelhecimento prematuro cutâneo.
6 sinais de alarme
Alteração das características de sinais prévios podem ser a primeira pista para o diagnóstico de cancro. Estre estas alterações contam-se a assimetria de novo, bordos irregulares, cor não uniforme ou crescimento rápido com tamanho superior a 6mm.
Ao redor da alteração cutânea podem aparecer crostas ou sinais de vermelhidão, causando dor ou comichão.
Os 6 principais sinais de alarme apontados pelos médicos são:
- Mudança de cor ou forma de um sinal que já existia ou hemorragia e ulceração;
- Feridas na pele em regiões expostas ao Sol que não cicatrizam.
- Um sinal que cresce e se torna grande de forma atípica.
- Desenvolver bolhas de sangue abaixo das unhas, sem que tenham origem num trauma.
- Após os 40 anos, o aparecimento de um novo sinal novo de cor ou forma atípica pode, também, ser um sinal de alarme.
- Desenvolver sensação de ardor ou comichão num sinal que já existia.
Como reconhecer o cancro da pele: regra do ABCD
Apenas um médico Dermatologista pode determinar a presença da doença através de exames físicos, clínicos e de aparelhos. Todavia, é possível aprender a reconhecer o problema através da regra do ABCD, que pode ajudar a diferenciar um sinal normal de um cancro da pele.
À semelhança de outros tipos de cancro, existe maior possibilidade de cura quando há um diagnóstico precoce. A pensar nisso, o paciente, ao realizar o seu autoexame, deve observar com especial atenção os sinais indicados pela regra do ABCD.
Assimetria: o nevo apresenta uma metade diferente da outra.
Bordo: os nevos tem bordos irregulares, que podem ser recortados e nodulados.
Cor: a cor, quando não uniforme, pode fazer soar o alarme. Deve observar se o nevo apresenta variações de tons entre vermelho, castanho, preto, azul e mesmo branco.
Diâmetro: o nevo tem um diâmetro superior a 6 milímetros.
Outros sintomas importantes a adicionais:
- pigmentação do nevo reforçada;
- aumento rápido de tamanho ou de volume;
- superfície com erosões ou aparência sanguinolenta;
- reação com característica inflamatória, com dor ou prurido.
Tratamento do cancro da pele
Quando não há metastização (lesões do cancro espalhadas noutros órgãos), o tratamento do cancro da pele é cirúrgico.
A taxa de cura de cancros da pele localizados pode aproximar-se dos 100%. Porque apresentam um risco superior de novo cancro da pele, as pessoas com história prévia de melanoma devem ser seguidas periodicamente por um médico familiarizado com esta doença e com o seu tratamento e seguimento.
Quando o cancro da pele está metastizado (situação mais comum no melanoma do que no cancro da pele não-melanoma), além da remoção cirúrgica da área cutânea afetada, o tratamento pode envolver quimioterapia, imunoterapia ou radioterapia. No melanoma metastizado a taxa de sobrevivência a 5 anos é de aproximadamente 25%, o que reforça a importância do diagnóstico precoce.
Tenho um sinal que se alterou ou um novo sinal atípico: o que fazer?
Lembre-se: qualquer alteração da pele deve ser avaliada por um médico, sendo aconselhada a observação por um especialista em dermatologia, que vai fazer a correta avaliação clínica e indicar os exames necessários.
Se, histologicamente, lhe foi diagnosticado um melanoma maligno classificado como invasivo para além da epiderme, conte com a nossa cobertura Prevenção Mais para ter a segurança e a tranquilidade quando mais precisa.
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Fontes (consultadas a 15 de junho de 2020): Aprenda a reconhecer o melanoma, CUF, Melanoma, Cancro Online, Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, International Agency for Research on Cancer Survival Rates for Melanoma Skin Cancer
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